Em uma decisão que gerou revolta na população de Pimenta Bueno, a Câmara Municipal aprovou a Lei nº 3.530/2025, que institui um auxílio-alimentação no valor de R$ 2.000,00 mensais para os próprios vereadores. A medida, sancionada pela prefeita Marcilene Rodrigues da Silva Souza, ainda prevê o pagamento de um 13º auxílio-alimentação, caso haja disponibilidade orçamentária.
Embora o ato seja legal, sua moralidade é amplamente questionada pela sociedade local. Muitos cidadãos consideram que a decisão é um completo desalinhamento com a realidade enfrentada pelos servidores públicos municipais e pela população. Grande parte dos servidores não recebe sequer valores próximos ao estipulado no auxílio dos vereadores para custear suas despesas básicas, mesmo estando na linha de frente do atendimento às necessidades da comunidade.
A justificativa de que o auxílio não se incorpora aos subsídios e possui natureza indenizatória soa insuficiente para justificar tamanha discrepância, especialmente em tempos de crise econômica e orçamentos limitados. Para os críticos, a decisão revela uma desconexão entre os representantes eleitos e as demandas reais da sociedade.
Além disso, a lei prevê reajustes anuais com base nos índices oficiais de inflação, enquanto muitos servidores enfrentam dificuldades para conseguir a reposição inflacionária em seus salários. Internautas manifestaram indignação nas redes sociais, destacando que os vereadores deveriam priorizar políticas públicas para melhorar a qualidade de vida da população em vez de focar em benefícios próprios.
O episódio reacende o debate sobre ética e moralidade nas decisões legislativas, reforçando a necessidade de maior vigilância da população e de mecanismos mais robustos de controle social sobre os atos do poder público.